A importância do cuidado ao cuidador

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De acordo com a Lei nº 8.069/90, artigo 12, que regulamenta o Estatuto da Criança e do Adolescente, os estabelecimentos de atendimento à saúde devem proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsáveis nos casos de internação de criança ou adolescente. No caso de idosos, a Lei N.º 8.842/94, artigo 4º, inciso VIII, e artigo 17, do Decreto N.º 1.948/96 regulamenta que é permitido ao idoso ter familiar visitante e acompanhante em hospitais públicos e privados.

Além do que está decretado em lei, a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde (PNH/MS 2004) propõe a ampliação do acesso de visitantes à pacientes adultos internados, bem como permite a presença de um familiar acompanhante junto ao indivíduo hospitalizado, independe da sua condição de dependência de cuidados. Esta medida visa a humanização do cuidado e a aproximação dos familiares junto ao paciente.

A presença de familiares durante a internação faz com que o paciente se sinta mais seguro e apoiado pela família, facilitando seu processo de recuperação. O acompanhante conhece melhor as preferências, medos e desejos do indivíduo hospitalizado, permitindo que ele exponha melhor suas necessidades. Além disso, por sua intimidade, os membros da família são capazes de identificar sinais de doença que poderiam passar despercebidos pela equipe, criar um relacionamento mais próximo e intenso com a equipe e participar ativamente do cuidado ao paciente.

Apesar de ser agente importante do cuidado em situações de internação hospitalar, a família também está exposta a fragilidades físicas e emocionais e também necessita ser cuidada. Ao cuidar do outro, por vezes, os acompanhantes esquecem ou se sentem culpados por cuidar de si mesmos e de atender as suas necessidades básicas. Podem apresentar distúrbios do sono, pelo fato de não possuírem horário determinado para o descanso, perda de peso, cefaleias, diminuição do autocuidado e alterações nas relações conjugais e financeiras.

As mudanças no estilo de vida do familiar acompanhante podem resultar, ainda, em mudanças em sua vida social e em sentimentos de isolamento. Isso pode ocorrer devido à sobrecarga de trabalho, ao afastamento dos amigos/parentes e à redução de atividades de lazer, comprometendo a sua qualidade de vida e a sua motivação.

Dentro deste cenário, alguns fatores podem facilitar a participação de familiares no cuidado ao paciente hospitalizado, sem que isso prejudique sua qualidade de vida. Este fatores incluem: uma rede de apoio familiar com divisões de papéis e funções, de modo a proporcionar uma rotatividade de acompanhantes no hospital, manutenção do cuidado de saúde de toda a rede familiar, acesso a atividades físicas, sociais e de lazer nas horas vagas e uma boa relação com a equipe de assitência médica do paciente.

Apesar de muitas vezes existir um sentimento de culpa, é importante que o familiar saiba que quanto melhor a sua saúde física e emocional, mais ele estará em condições de cuidar de seu familiar adoecido. Cuidar de si, não significa deixar de cuidar do paciente, mas sim buscar artifícios para proporcionar um melhor cuidado à longo prazo.

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