O luto antecipatório no adoecimento por câncer

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No adoecimento, o equilíbrio individual e familiar é ameaçado devido a situação de crise que se configura. Diante desta vivência, o paciente e a família vivem o que chamamos de luto antecipatório

O termo luto antecipatório teve origem nas épocas de guerra, quando as esposas viviam a ameaça de perder seus maridos nas batalhas e vivenciavam sentimentos de depressão, raiva, desorganização e reorganização.

O luto antecipatório é, então, quando se tem a percepção de uma realidade de perda, antes da morte propriamente dita, como por exemplo, diante do recebimento do diagnóstico de uma doença grave. Este processo pode ser vivenciado pelo paciente e sua família e as fases que o permeiam são semelhantes ao processo de luto pós perda, como negação, revolta, depressão e enfrentamento.

Trata-se de um processo que auxilia na elaboração da realidade da perda, ou seja, auxilia o paciente no processo de aceitação da doença e/ou possibilidade de perda. Assim também está relacionado com o enfrentamento da doença, pelo paciente e sua família.

Consideramos que existem fatores facilitadores e fatores complicadores do processo de enfrentamento da doença e luto antecipatório, lembrando que esse processo sempre será influenciado pela idade, sexo do paciente, circunstâncias do adoecimento, papel social desempenhado por ele, entre outras.

Os fatores facilitadores são: estrutura familiar flexível que permita reajuste de papéis, boa comunicação com a equipe profissional e entre os membros da família, conhecimento dos sintomas e ciclo da doença, participação nas diferentes fases, rede de apoio.

Os fatores complicadores são: padrões disfuncionais de relacionamento, falta de rede de apoio, outras crises familiares simultâneas à doença, falta de recursos econômicos e sociais, cuidados médicos de pouca qualidade e dificuldades na comunicação com a equipe médica.

É importante pontuar que a equipe de Psico-oncologia no âmbito hospitalar, atua no suporte psicológico ao paciente, seus familiares e equipe, nos diferentes momentos do tratamento, com intervenções que beneficiam o enfrentamento e qualidade de vida dos pacientes e familiares.

Fontes e mais informações:

● Franco, M.H.P. Luto em cuidados paliativos. Instituto 4 estações.
● Academia Nacional de Cuidados Paliativos. O que são Cuidados Paliativos?
● Flach, Lobo, Potter, Lima (2012) O luto antecipatório na unidade de terapia intensiva pediátrica: relato de experiência. Rev. SBPH vol.15 no.1 Rio de Janeiro.
● Simonetti, A. (2011) Manual de Psicologia Hospitalar. O Mapa da Doença. Casa do Psicólogo. São Paulo.

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