Para alguns, a resposta para o título deste artigo pode parecer simples: uma pessoa com uma doença grave necessita de um tratamento que cure sua doença. Contudo, cabe refletir sobre essa questão.
Estudos realizados nos trazem que as principais necessidades apontadas pelos pacientes gravemente enfermos são:
- Ter alívio e controle da dor e de outros sintomas;
- Assumir o controle sobre sua vida;
- Não ter seu sofrimento prolongado;
- Não ser sobrecarga para a família e estreitar laços com pessoas significativas;
- Ter seus direitos preservados e poder se despedir.
Dentre as preocupações que esses pacientes frequentemente vivenciam, estão:
- Estresses em relação à continuação da vida das pessoas próximas;
- Não ser perdoado;
- Não poder falar com o seu médico;
- Ter dúvidas e questionamentos religiosos;
- Manter a dignidade e a privacidade;
- Escolher o local da morte;
- Ter acesso à informação e esclarecimento.
Percebemos assim que, além do tratamento curativo, cuidar da dor e outros sintomas que causam desconforto, da autonomia do paciente e seu direito de escolha sobre questões de vida e de morte, da sua comunicação com a família e com os profissionais que dele cuidam, mantendo seus valores e dignidade, são fatores importantes e que podem contribuir para a qualidade de vida do paciente com uma doença grave.
Considerando o conceito de cuidados paliativos, que engloba o paciente não apenas em sua dimensão física/biológica, mas também social, psicológica e espiritual, devemos buscar entender que todo paciente merece um olhar que vai além de sua doença, principalmente aquele que tem uma quadro grave, que muitas vezes pode evoluir para a falta de opções de tratamento curativo.
Fontes do artigo e mais informações:
- Academia Nacional de Cuidados Paliativos. O que são Cuidados Paliativos?.
- Ana Claudia Quintana Arantes. Vídeo: a morte é um dia que vale a pena viver.
- Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos.
- Ortona C, Franco DP, Pioker A, editores (2008). Cuidado paliativo. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado.
- Simonetti, A. (2011) Manual de Psicologia Hospitalar. O Mapa da Doença. Casa do Psicólogo. São Paulo.