A radioterapia é um tratamento que utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor maligno. Cabe ressaltar que metade dos pacientes com câncer são tratados com radiações, elas são invisíveis, indolores e não permanecem no corpo após a aplicação (dessa forma o paciente pode abraçar, beijar ou manter relações sexuais, sem risco de expor outras pessoas à radiação).
Este tratamento pode ter o objetivo de eliminar totalmente um tumor ou reduzir o seu tamanho; controlar sintomas como dores e sangramentos; destruir células cancerígenas dispersas; ou suprimir a função de um órgão.
Pode ser indicada antes, durante ou após a quimioterapia e/ou cirurgia.
Tipos de radioterapia
De acordo com a localização do tumor, a radioterapia pode ser externa (teleterapia), onde as radiações são feitas através de aparelhos que ficam afastados do paciente; ou de contato (braquiterapia) onde o material radioativo é aplicado por meio de aparelhos que ficam em contato com o organismo do paciente.
Etapas da radioterapia
● Planejamento: após o médico radioterapeuta confirmar a indicação do tratamento e escolher a técnica adequada, será realizado o planejamento da radioterapia através de um exame de tomografia computadorizada.
Durante o planejamento o paciente permanecerá na posição em que as aplicações do tratamento serão realizadas e o médico delimitará a área a ser tratada, marcando a pele com tinta.
A fim de que a radiação atinja somente a área que será tratada, em alguns casos um molde poderá ser feito para ajudar a manter o paciente na mesma posição durante a aplicação. Quando a radioterapia é realizada na região da cabeça e pescoço, o paciente utilizará um molde chamado de máscara, para garantir que ele permaneça na posição correta. A máscara é individual e será usada apenas no planejamento e aplicações.
● Aplicações: após terminada a fase de planejamento, o paciente irá realizar as aplicações, que podem variar de uma até 42 sessões, de acordo com o que foi definido pela equipe.
As aplicações são diárias, realizadas nos dias úteis e tem duração aproximada de 10 a 20 minutos.
Durante as aplicações da radioterapia externa, o paciente ficará deitado sob o aparelho, que estará direcionado para o traçado sobre a pele (estes traços não deverão ser removidos antes do fim do tratamento), numa posição determinada pelo técnico responsável. É possível que sejam utilizados protetores entre o aparelho e certa parte do corpo do paciente, para proteger os tecidos e órgãos saudáveis.
É importante que o paciente permaneça imóvel, pois qualquer movimento poderá alterar a área que será tratada.
Recomenda-se que o paciente vá vestido com uma roupa fácil de vestir e despir, pois a área da pele a ser tratada ficará descoberta durante a radiação.
● Consulta semanal: também faz parte do tratamento que o paciente passe em consulta semanalmente com o médico responsável pela radioterapia para exame clínico, retirada de dúvidas e prescrição de medicação caso exista algum sintoma a ser tratado ou amenizado.
● Consultas esporádicas: após o término do tratamento o paciente passará por consultas esporádicas com o médico radioterapeuta, além dos outros médicos envolvidos. A frequência das consultas dependerá de cada caso.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais dependem da dose utilizada e área do corpo que está sendo tratada, variando para cada paciente. Dessa forma é muito importante que o paciente seja orientado pelo médico quanto a esses efeitos e como tratá-los ou amenizá-los.
É possível que, em muitas situações, o paciente não tenha qualquer efeito colateral durante o tratamento ou apresente apenas uma reação passageira na pele onde a radiação atravessou.
Geralmente os efeitos são bem tolerados, aparecem na terceira semana de aplicação e desaparecem poucas semanas após o término do tratamento, porém há casos que podem durar mais tempo.
Os efeitos colaterais podem ser:
● a não ovulação no ciclo menstrual para a mulher (anovulação) ou ausência de espermatozoides na ejaculação para o homem (azoospermia);
● reações na pele (inflamação do tecido epitelial): poderá ficar vermelha, irritada, queimada ou bronzeada, tornando-se seca e escamosa, com ou sem coceira;
● inflamação da parte interna da boca e da garganta (mucosite), ressecamento da boca (xerostomia);
● cansaço;
● perda do apetite, náusea e vômito, diarreia ou obstipação;
● mudança de paladar (para irradiações na boca e pescoço, ao término do tratamento essa alteração volta ao normal após um determinado período);
O que o paciente pode fazer para contribuir com o sucesso do tratamento?
● proteger a área de tratamento usando roupas confortáveis, não a expondo ao sol e evitando o uso de sabonetes perfumados, perfumes, bolsas quentes ou frias;
● comer alimentos saudáveis e beber bastante líquido; caso haja perda de apetite, diminuir a quantidade de comida e aumentar o número de refeições pode ajudar, o ideal é buscar o auxílio de um nutricionista;
● não consumir bebida alcoólica;
● descansar nas horas livres;
● avisar o médico sobre medicações que faz uso;
● tirar dúvidas durante as revisões e sempre seguir as orientações da equipe de saúde.