Qual é o perfil do profissional da Oncologia?

Compartilhe

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email
Share on whatsapp

No universo da Oncologia tudo é intenso, como disse um amigo meu. Ele é médico, oncologista, e ontem conversávamos sobre a nossa própria prática. Sorrindo, ele me disse que sente uma grande satisfação em cuidar de pessoas. Algumas delas chegam a intrigá-lo, ele sente curiosidade em conhecê-las mais, algo que, infelizmente, a dinâmica do trabalho nem sempre permite. Outras, ele cria uma relação afetuosa, conhece a família, sabe o nome dos netos, sabe quando será o casamento dos filhos, sabe para que time o paciente torce. E quando algum paciente desses sai da nossa vida, quando parte desse mundo, também dói na gente, também sentimos a falta da sua presença ou da sua amizade.

Trabalhar em Oncologia significa lidar com a intensidade, seja acerca das emoções agradáveis ou dos sofrimentos. É saber que o sorriso, que a motivação, que o acolhimento, são peças fundamentais do nosso fazer. É reconhecer que o medo, a preocupação e a tristeza também nos afetam e que sofremos junto com nossos pacientes e/ou familiares.

O que um profissional de saúde precisa ter para trabalhar na Oncologia? 

  • Vinculação: na Oncologia, um profissional costuma interagir com o paciente em diversos momentos ao longo do tratamento. Pode ser no processo de diagnóstico, na realização dos tratamentos e/ou no pós-tratamento. Independentemente da fase do tratamento em que o paciente se encontra, o profissional de saúde o acompanhará, construindo uma relação cada vez mais estreita de confiança. Não é raro que após o término de um tratamento o paciente manifeste generosamente o seu afeto e gratidão pelos profissionais que o acompanharam. Também não é raro que o contato entre ambos seja mantido, ainda que o paciente esteja livre de doença e de alta da assistência contínua de saúde. Se você tem dificuldade para vincular-se ou dificuldade para lidar com os rompimentos de vínculo, talvez precise dar atenção a esse aspecto ao trabalhar na área da Oncologia;
  • Empatia: é a capacidade de imaginar a situação que outra pessoas está vivenciando. Esse é um aspecto fundamental, em vista das particularidades da experiência do paciente oncológico. Lidar com inúmeras adaptações, alteração de autoimagem, de produtividade, de papéis sociais, de percepção ou relação com o próprio corpo, fazem parte desse contexto. É a partir do manejo adequado ou assertivo do profissional de saúde que o paciente se sente acolhido ou empoderado para seguir em frente. Portanto, considerar a experiência do paciente contribui significativamente para a qualidade do cuidado prestado pelos profissionais;
  • Autocuidado: diante da necessidade de vinculação e da prática da empatia, o autocuidado é fundamental para a manutenção da saúde emocional dos profissionais. Ele funciona como uma proteção saudável do próprio psiquismo, estabelecendo os limites pessoais ou alimentando as fontes de crescimento e de prazer que são singulares de cada ser humano. Oncologia sem autocuidado é arriscada, há evidência na literatura da síndrome de burnout e da fadiga por compaixão associadas ao trabalho dos profissionais nesta área. Desta forma, o exercício diário do autocuidado é imprescindível para a qualidade da entrega ou qualidade de vida dos profissionais.

Inscreva-se para Novidades

semanalmente preparamos materiais que pode ajudar você.

Nosso Conteúdo