Por que não se trabalha sozinho em Oncologia?

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Você trabalha ou tem intenção de trabalhar na área de oncologia? Um dos passos mais importantes para o sucesso ao atuar nesta área é a compreensão de que em oncologia não se deve trabalhar sozinho. O sucesso do diagnóstico correto e do tratamento oncológico depende da interação de diferentes profissionais de áreas distintas do saber.  

O médico oncologista, por exemplo, conta com o saber do farmacêutico para o estudo e preparo do quimioterápico, assim como conta com a avaliação do médico radioterapeuta para o tratamento de radioterapia e este, por sua vez, tem o trabalho conectado com o físico, que realiza o planejamento do tratamento por meio da dosagem de radiação. Existem inúmeros exemplos do trabalho em equipe na Oncologia. Então, se alguém diz que trabalha sozinho, ela não deve oferecer um serviço de qualidade e de segurança ao paciente.

Abaixo listamos três conceitos básicos para essa discussão, que devem sempre ser considerados na atuação com o paciente oncológico:

  • Multidisciplinaridade: é a existência de mais de uma área de conhecimento sobre um determinado tema, cujas disciplinas possuem métodos e teorias próprias. Profissionais de áreas específicas cuidam de aspectos específicos de sua área, como nutricionista, médico, enfermeiro, psicólogo, respectivamente: “O que eu posso ou não comer durante o tratamento?”, “Quais as medicações que eu posso tomar em caso de dor?”, “Qual é o preparo antes da radioterapia?”, “Como eu lido com o medo que estou sentindo?”. Na Oncologia, a atuação de cada profissional é fundamental para que a pessoa seja tratada nas suas necessidades.

Lema: Existem muitos quadrados e cada um cuida do seu quadrado.

  • Interdisciplinaridade:  é a existência de mais de uma área de conhecimento sobre um determinado tema, cujas disciplinas possuem um planejamento que as relacione, de forma que essas áreas fiquem menos segmentadas e os conhecimentos sejam enriquecidos.

Por exemplo: uma equipe discute o caso de um paciente que possui condição clínica para alta após uma cirurgia extensa, porém o mesmo se sente inseguro para andar e isso tem deixado seu humor deprimido. Fisioterapeuta, psicólogo, enfermeiro e médico discutem um plano de ação interdisciplinar, em conjunto, para auxiliar o paciente em sua recuperação física e psicológica. Podem, inclusive, realizar o atendimento em conjunto e devem incluir o paciente na construção desse plano terapêutico.

Lema: Existem muitos quadrados e para cuidar com excelência precisamos conversar sobre os nossos quadrados.

  • Integralidade: “a soma das partes não é igual ao todo”, isso significa que se juntarmos as nossas “partes” como duas pernas, dois braços, um tronco, órgãos, cabeça etc, formaremos provavelmente um corpo humano, mas não a pessoa que somos. Somos muito mais que a soma das nossas partes. Por isso, quando consideramos a saúde e, mais especificamente, o tratamento oncológico, não podemos correr o risco de cuidar de uma “parte” e negligenciarmos a integralidade humana. Cuidamos da parte e cuidados do todo.

Por exemplo: o paciente tem um grande curativo cirúrgico e a equipe de enfermagem precisa trocá-lo. Mas naquele momento o paciente está recebendo uma visita de um colega de trabalho. Se não for possível flexibilizar em minutos o horário da troca do curativo – para uma despedida da visita ou conclusão de um assunto importante – a equipe pode perguntar se o paciente gostaria de ser manipulado em privacidade, dando a possibilidade do mesmo não se sentir exposto, fragilizado ou envergonhado com a presença do visitante em um momento de intimidade. Muitas vezes, com a boa intenção de não atrapalhar a visita, a equipe segue seu trabalho técnico focado na “parte” do paciente, sem prestar atenção no “todo” ao redor do mesmo.

Lema: Existem muitos quadrados, para cuidar com excelência precisamos conversar sobre eles e considerarmos que o paciente é muito mais que a soma dos quadrados.

Atuar de maneira multidisciplinar e, em alguns casos, interdisciplinar e considerando a integralidade do indivíduo beneficia o paciente, os familiares e os próprios profissionais envolvidos neste cuidado.

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