No contexto do câncer infantil, a doença impõe diversas mudanças às quais a criança e sua família precisam se adaptar. A forma como o diagnóstico é recebido pelos pais, situações do tratamento, como procedimentos invasivos ou contextos geradores de medo e dor, mudanças de papéis na família e interrupções na rotina escolar e convívio social, podem gerar angústia, além de sintomas de ansiedade e depressão.
Assim, quando percebe-se dificuldades na adaptação e adesão em qualquer etapa do processo de adoecimento ou presença de sintomas depressivos e ansiosos mais duradouros, é importante recorrer à ajuda profissional.
O psicólogo pode atuar com a criança na internação hospitalar e/ou no ambulatório (consultório). O objetivo das intervenções psicológicas é auxiliar o processo de adaptação à doença e ao seu tratamento, tornando essa situação menos agressiva e estressante possível. O processo de adaptação envolve a compreensão da criança sobre o que está acontecendo, possibilitando uma nova organização, que considera suas possibilidades e limitações, de acordo com seus recursos cognitivos e emocionais.
A percepção do suporte social recebido e envolvimento da família são fundamentais para a adaptação da criança, sendo muitas vezes necessário o trabalho de orientação e/ou suporte psicológico também aos pais e cuidadores.
As intervenções psicológicas levam em consideração a importância do brincar. Por meio da brincadeira, as crianças podem passar de um papel passivo para um ativo, integrando experiências de dor, medo e perda. O brincar promove o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social.
Um exemplo de intervenção psicológica por meio do brincar é a oferta de materiais hospitalares de brinquedo. Ao brincar com eles durante o atendimento psicológico, podem ser trabalhados os temores e ansiedades da criança diante dos instrumentos que são utilizados nela.
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