O cuidado da psicologia com o paciente oncológico e família na UTI

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Agora que já pensamos sobre A experiência do paciente oncológico e família na UTI, como a psicologia pode ajudar?

 

O olhar da psicologia sempre será voltado para a tríade paciente, família e equipe, com o objetivo de favorecer o bem-estar.

Para isso, vamos avaliar os aspectos que influenciam diretamente a experiência de UTI/emergência para eles (além dos que já mencionamos antes):

  • As condições clínicas do paciente (diagnóstico, prognóstico, tolerância ao tratamento). Isso nos ajuda a entender o que precisaremos trabalhar. É um caso de pós-operatório? É um caso de finitude?
  • Características de personalidade do paciente. Vamos tentar entender quem é aquela pessoa o que ela traz dela para esse ambiente.
  • As necessidades despertadas nos familiares.
  • E como está sendo o relacionamento paciente-família-equipe.

 

Intervenção com o paciente

  • Favorecer expressão de emoções e sentimentos.
  • Ajudar a buscar recursos internos para lidar com as dificuldades.
  • Esclarecer fantasias que possam prejudicar seu tratamento. Por exemplo, que estar na UTI implica em morrer.
  • Fortalecer motivações de vida.
  • Encorajar e facilitar a comunicação do paciente com a equipe e sua rede de apoio.
  • Incentivar o vínculo de confiança na equipe.
  • Facilitar adaptação à situação de dependência.
  • Para pacientes que não podem se comunicar verbalmente: buscar alternativas de comunicação (leitura labial, sinalizações, uso de escrita ou figuras) para incentivar a capacidade de expressão.
  • E, num cenário de terminalidade: acolher as emoções decorrentes da possibilidade de morte próxima, da ansiedade de separação de pessoas queridas, situações e lugares. Podemos também ajudar o paciente a relembrar e relatar suas principais experiências de vida, projetos realizados, vínculos estabelecidos e as representações da morte

 

Intervenção com a família

  • Acolhimento e suporte na recepção ou sala de espera, na busca de construir um vínculo de confiança e também orientar sobre a rotina da unidade e comunicação com a equipe;
  • Favorecer a expressão de emoções e sentimentos
  • Auxiliar na reorganização familiar frente às mudanças decorrentes da situação de crise vivenciada
  • Dar suporte para que a família possa diferenciar a realidade de cada caso, pois é muito comum ocorrer uma contaminação pela vivência de outras família na UTI/emergência e também por experiências prévias (“Meu avô sofreu muito na UTI”, “fulano do lado morreu”, etc)
  • As famílias vêm com suas histórias e conflitos prévios, que podem se intensificar pelo estresse do contexto de UTI/emergência. Em caso de famílias mais desestruturadas e com vínculos prejudicados, podemos tentar identificar o membro com mais recursos internos para lidar com a situação e auxiliar na comunicação com a equipe.
  • Outra demanda que pode surgir e na qual a psicologia intervém é a demanda pela visita de crianças menores de 12 anos.
  • Em casos que o paciente tem risco de óbito podemos dar suporte para o luto antecipatório.
  • Acolhimento pós-óbito com as famílias que identificamos uma fragilidade maior para enfrentar esse momento

 

Leia a seguir o último artigo da série sobre o paciente oncológico e família na UTI: Como a equipe multiprofissional pode ajudar o paciente oncológico e família na UTI

 

Fontes e mais informações:

  • Costa MAS. Contribuições da psicologia na intervenção de delirium em UTI. Programa de Pós Graduação em Psicologia da PUC-Rio. 2014. http://www.innerpsicologia.com.br/arquivos/delirium.pdf
  • El Majzoub I, Abunafeesa H, Cheaito R, Cheaito MA, Elsayem AF. Management of altered mental status and delirium in cancer patients. Ann Palliat Med 2019;8(5):728- 739. doi: 10.21037/apm.2019.09.14
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  • GOMES, Ana Gélica Alves  e  CARVALHO, Maria Fernanda de Oliveira. A perspectiva do paciente sobre a experiência de internação em UTI: revisão integrativa de literatura. SBPH[online]. 2018, vol.21, n.2 [citado  2021-06-18], pp. 167-185 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582018000200010&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1516-0858
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  • VIEIRA, André Guirland  e  WAISCHUNNG, Cristiane Dias. A atuação do psicólogo hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva: a atenção prestada ao paciente, familiares e equipe, uma revisão da literatura. SBPH[online]. 2018, vol.21, n.1 [citado  2021-06-18], pp. 132-153 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582018000100008&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1516-0858
  • Williams ST, Dhesi JK, Partridge JSL. Distress in delirium: causes, assessment and management. European Geriatric Medicine. 2019. https://doi.org/10.1007/s41999-019-00276-z

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