O Sistema Nervoso Central (SNC) envolve uma grande complexidade de funções, que são realizadas em diferentes estruturas, por tecidos distintos e, basicamente, por 2 tipos de células: os neurônios e as células da Glia.
Existem diversos tipos de células da Glia que desempenham funções diferentes e, portanto, possuem nomes diferentes: Astrócitos, Oligodendrócitos, Células Ependimárias e Micróglias. Isso é importante porque pacientes e familiares que estão entrando em contato pela primeira vez com a situação de um tumor no SNC podem ficar confusos com a grande diversidade de denominações que existem, o que dificulta a compreensão do diagnóstico e sintomas relacionados à ele.
Nesse contexto, a origem e o nome de um tumor no SNC variam de acordo com a célula ou tecido onde ele está crescendo. Por exemplo, um Glioma diz respeito à um tumor que se originou de células da Glia, mas se ele tiver origem especificamente da célula da Glia Astrócito, ele também pode ser chamado de Astrocitoma. Um Meningeoma, por sua vez, é um tumor originado da Meninge, o tecido que reveste o Encéfalo e a Medula Espinhal.
Mas lembramos que essa explicação é referente à um tumor primário, ou seja, aquele que teve sua origem nas próprias estruturas do SNC. Existe também a possibilidade de um tumor no SNC ser considerado secundário (mais conhecido como metástase), ou seja, teve sua origem em outro órgão (pulmão, mama, entre outros) e suas células migraram até o SNC através da corrente sanguínea.
Ainda é possível você ouvir as denominações de benigno ou maligno. A denominação de tumor benigno pode ser controversa quando estamos falando de SNC na medida em que dependendo de sua localização, suas consequências ou as consequências de sua ressecção por neurocirurgia podem ser tão complexas quanto as de um tumor maligno.
Considerando esta ampla variedade de possíveis tipos e localizações do tumor, é impossível estabelecer um perfil unitário de sintomas e consequências ao paciente. Apesar disso, como algumas regiões cerebrais estão relacionadas ou tem grande participação em algumas funções específicas, uma avaliação neuropsicológica se faz relevante em diversos momentos de um tratamento para tumores do SNC.
A avaliação do neuropsicólogo tem papel importante na identificação do tipo e da extensão das alterações do funcionamento cerebral, na discriminação de alterações cognitivas preservadas e comprometidas, na investigação da presença de alterações comportamentais e do humor, na avaliação de mudanças ao longo do tempo de intervenções medicamentosas e no auxílio à neurocirurgiões sobre o desfecho de intervenções cirúrgicas. Objetiva ainda, a realização de relatórios para laudos médicos relacionados à capacidade para dirigir, trabalhar, estudar, entre outras atividades, estabelecimento de metas para reabilitação cognitiva, compreensão quanto à interação do funcionamento cerebral, cognição e o estabelecimento de quadros de humor ou psiquiátricos.
