Quando pensamos sobre o tratamento oncológico uma série de imagens, concepções, dúvidas e certezas nos vem à mente. Neste artigo, vamos citar alguns mitos e verdades sobre o tratamento do câncer que podem esclarecer algumas dúvidas.
- O câncer tem cura
Verdade – A palavra câncer engloba uma série de doenças distintas com a mesma denominação. Apesar da crença do câncer como sinônimo de morte, diversos tipos de câncer são potencialmente curáveis, particularmente se detectados fase precoce. Alguns tipos de câncer, mesmo se detectados em fases mais avançadas, também podem ser curados, como o câncer de testículo, o coriocarcinoma e o linfoma.
- A quimioterapia e a radioterapia são venenos e fazem mal às pessoas
Mito – A quimioterapia e a radioterapia são formas de tratamento, que tornam possível a cura do câncer. Apesar disso, elas podem resultar em efeitos colaterais específicos, mas que na maioria das vezes são manejáveis.
- Todo tratamento quimioterápico tem como efeito colateral a queda do cabelo.
Mito – Apesar de grande parte dos tratamentos quimioterápicos provocarem queda de cabelo, isso não ocorre em todos os casos. A queda do cabelo depende do tipo de tumor e do medicamento utilizado. Doses mais intensas de quimioterapia costumam aumentar o risco desse efeito colateral.
- Alimentos ácidos não podem ser consumidos durante a quimioterapia.
Mito – Durante a quimioterapia é importante apenas evitar – e não excluir – esse tipo de alimento para prevenir o surgimento de feridas na boca.
- Paciente em tratamento quimioterápico deve evitar comer alimentos crus
Verdade – Apesar de oferecerem maior concentração de nutrientes, os alimentos crus são mais propensos a conter microrganismos, aumentando o risco de infecções. Portanto, tais alimentos devem ser evitados. O nutricionista que acompanha o tratamento é o profissional ideal para indicar quais frutas e verduras podem ser consumidas. Também é importante evitar se alimentar em restaurantes, lanchonetes ou outros estabelecimentos, por não ser possível verificar a procedência e a higienização dos produtos.
- Paciente em tratamento quimioterápico não podem ter contato com animal de estimação
Mito – O animal não precisa ser retirado da residência de um paciente em tratamento. Porém, deve-se tomar uma série de cuidados para que o contato o animal não ofereça risco de contaminação. O paciente não pode ter contato com os excrementos dos animais, tampouco deixá-lo dormir na mesma cama. Preservar-se de atos como lambidas no rosto, arranhões e mordidas também é importante.
- O tratamento para o câncer colo-retal sempre implica o uso e uma bolsa de colostomia.
Mito – Atualmente, com o avanço das técnicas cirúrgicas e de novas opções de tratamento, as colostomias não são uma opção frequente. Quando necessárias, são muitas vezes temporárias.
- Se já estou com câncer, parar de fumar é inútil.
Mito – Continuar fumando diminui a eficácia do tratamento de câncer e pode piorar os efeitos colaterais. Os fumantes submetidos a cirurgia, por exemplo, têm mais problemas de cicatrização do que ex-fumantes. Quem fuma enquanto faz radioterapia para câncer de laringe é menos propenso a recuperar a qualidade de voz normal. Além disso, parar de fumar reduz o risco de um segundo câncer.
- O câncer causa esterilidade em homens e mulheres.
Mito – De maneira geral o câncer por si só não causa esterilidade, mas alguns tratamentos relacionados ao câncer podem levar a tal condição.
- O câncer de próstata causa impotência.
Mito – O câncer de próstata não causa impotência, mas em alguns casos o seu tratamento pode levar a esta condição. Por exemplo, no caso do tratamento cirúrgico, apenas as cirurgias que preveem a retirada total da próstata (prostatectomia radical), pode provocar a impotência e ainda assim, o risco de que isso aconteça é de 30%.
- Em casos de recidiva, a doença já não tem mais cura
Mito – Cada situação deve ser analisada individualmente, sendo que em diversos casos de recidiva a doença ainda é potencialmente curável.
- Câncer pode facilitar o surgimento de um quadro depressivo?
Verdade – Os pacientes em tratamento oncológico, por uma série de razões (medo da morte, efeitos colaterais das medicações, mudanças em estilos de vida, pouca rede de apoio, alterações no sistema imune, etc.) estão mais vulneráveis à depressão.
