Ao longo e após o tratamento quimioterápico, alguns pacientes observam e relatam mudanças em algumas habilidades cognitivas e de pensamento. Até o presente momento, ainda existem muitos questionamentos sobre esse tema, mas sabe-se que essas alterações costumam ser mais severas durante o tratamento e que melhoram após certo tempo do término da quimioterapia. Esse tempo, porém, é indeterminado e varia de indivíduo para indivíduo, podendo ser de semanas, meses ou até anos.
Cabe ressaltar que nem todos que fazem ou fizeram tratamento quimioterápico apresentam queixas ou notam alguma alteração cognitiva, o que também é variável em cada sujeito.
Algumas pesquisas recentes sobre o tema fazem relação entre a quantidade de quimioterapia recebida pelo paciente e seu efeito sobre as funções cognitivas, pontuando que quanto maior a quantidade recebida de quimioterapia, maiores podem ser os efeitos nas funções cognitivas.
Mas afinal, que alterações cognitivas são essas?
Os sintomas mais relatados por pacientes incluem dificuldades em:
● Manutenção da atenção, foco em tarefas ou concentração;
● Memória de curto prazo (lembrar-se de onde guardou algum objeto, de alguma informação que lhe foi dita, de tomar alguma medicação, de nomes ou datas);
● Realização de várias tarefas ao mesmo tempo (por exemplo, falar ao telefone enquanto cozinha);
● Manter o curso do pensamento ou encontrar a palavra correta durante uma conversa longa;
● Trabalho com números;
● Velocidade do pensamento.
Apesar da experiência e intensidade dos sintomas serem diferentes e individuais, é comum que o paciente se sinta frustrado frente à percepção de alguma dessas alterações. Para diminuir os impactos emocionais das dificuldades cognitivas, assim como buscar melhorar a qualidade de vida, o paciente, familiares e cuidadores devem buscar cada vez mais informações sobre o tema. Além disso, existem algumas estratégias que podem ajudar o indivíduo a manejar esses sintomas e a diminuir as consequências destes nas atividades da vida diária. Falaremos mais sobre elas em outro artigo.
É muito importante também que esses sintomas sejam sempre relatados ao médico e aos profissionais de saúde responsáveis pelo tratamento oncológico.