Estratégias para lidar com alterações cognitivas

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Conforme abordado em artigos anteriores, o tratamento do câncer pode afetar direta ou indiretamente algumas funções cognitivas do paciente, como a memória, a velocidade de processamento, a atenção, entre outras. Algumas delas são passageiras, principalmente as diretamente relacionadas ao tratamento quimioterápico ou ao estresse intenso pelo tratamento/diagnóstico, mas ainda assim causam grande desconforto e prejuízos na realização das atividades da vida diária, o que acaba por gerar sofrimento para o indivíduo e seus familiares.

É de grande importância que o paciente em tratamento oncológico, ou após o seu término, mantenha, quando possível, suas atividades comuns em casa, no trabalho, com os estudos e na vida social, pois isso trará consequências positivas tanto para a saúde emocional, quanto para a melhora desses sintomas existentes pelas alterações cognitivas.

Nosso cérebro necessita ser estimulado para se manter saudável, porém algumas pessoas podem evitar a realização de tarefas devido às suas novas limitações. Nesse sentido, algumas estratégias podem ser adotadas pelo paciente para colaborar com a manutenção das atividades da vida diária e para a diminuição do sofrimento ocasionado por essas alterações. São elas:

● Utilizar recursos de memória externos: podem ser utilizados recursos como agenda, diário, bloco de notas do celular, calendário em casa, no celular ou no computador, alarmes de lembretes, ímãs de geladeira, entre outras coisas que possam ajudar a lembrar de todas as tarefas que precisam ser realizadas no dia, evitando frustração ou prejuízos caso algo escape da memória. Por exemplo, dúvidas que surgem ao longo dos dias sobre o tratamento podem ser marcadas em um bloco de notas para quando chegar o dia da consulta com o médico. Além disso, as datas das consultas ou de reuniões no trabalho podem ser anotadas em um calendário. Podem ser ainda programados alarmes para os horários das medicações a serem tomadas;

● Organização: muitas vezes perdemos objetos de uso diário, como por exemplo a chave do carro, e isso pode se intensificar quando estamos com a atenção e a memória prejudicados. Para evitar que isso aconteça, ter um local apropriado para manter os objetos de uso contínuo sempre no mesmo local pode ser de grande ajuda;

● Manter uma rotina: manter uma rotina de afazeres e horários facilita a memorização das atividades;

● Qualidade do sono: cuidar do sono é essencial para manter a saúde do cérebro e manter o desempenho cognitivo no dia seguinte. Se estamos cansados, nossa atenção, memória e velocidade de processamento ficam prejudicados. É importante nos períodos próximos do horário de dormir evitar atividades estimulantes e procurar tarefas prazerosas e relaxantes; evitar cochilos longos durante o dia. Se ainda assim o sono não for reparador e a insônia for constante, vale conversar com o médico ou procurar ajuda de um profissional da saúde mental;

● Alimentação saudável e exercícios físicos (de acordo com possibilidades do corpo): cada vez mais há comprovações dos benefícios da alimentação saudável e da prática de exercícios constantes para a saúde do cérebro. É fundamental seguir sempre as orientações do nutricionista, do fisioterapeuta e do profissional de educação física;

Manter relações sociais e familiares: faz bem à saúde emocional e consequentemente à cognitiva. Estudos mostram que se relacionar com outras pessoas de forma prazerosa estimula conexões cerebrais;

Ser compreensivo consigo mesmo: ter o conhecimento sobre as limitações do momento e respeitá-las; a cobrança sobre um melhor desempenho ou um desempenho semelhante ao momento anterior ao diagnóstico vai gerar maior ansiedade, que por sua vez aumentará as dificuldades cognitivas.

Em caso de dúvidas sobre a origem, possibilidades de tratamento e prognóstico dos sintomas de alterações cognitivas,orientamos perguntar sempre ao médico ou procurar um neuropsicólogo especializado em oncologia, esse profissional poderá realizar uma avaliação mais profunda dos sintomas e traçar planos de reabilitação levando em consideração a individualidade de cada paciente.

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