Quando adoecemos e nos deparamos com o início do tratamento, imediatamente nos vemos diante de inúmeros termos técnicos, exames, procedimentos e tratamentos, até então, desconhecidos por nós.
Entendemos que, quando desconhecemos um determinado procedimento na iminência de ser submetido a ele, podemos nos perceber mobilizados por diferentes sentimentos, como: medo, ansiedade, angústia, pânico e também, confiança, segurança, expectativa, entre outros. Estes sentimentos estão relacionados ao sentido ou ideia que previamente atribuímos.
Para ilustrar esta vivência, recordamos a cena de um atendimento psicológico realizado em um centro quimioterápico durante a primeira vez em que o paciente foi submetido à quimioterapia:
De maneira bem-humorada, ao ser atendido pela psicóloga, o paciente referiu: “minha filha, se eu soubesse que a ‘quimio’ seria como tomar um soro sentado numa poltrona, sem dor e sem vomitar, eu não teria ficado angustiado durante tanto tempo. Eu achava que a ‘quimio’ seria uma espécie de raio, algo vermelho e que fizesse passar mal imediatamente”.
Observamos que a necessidade de lidar com o desconhecido, faz com que, muitas vezes, demos um sentido e uma ideia para aquele procedimento, exame ou tratamento. Este significado produzido pode ser gerador de angústia, acarretando sofrimento e dificuldades para vivenciar a situação. Contudo, na medida em que uma nova experiência ou um novo olhar são experimentados a partir da obtenção de informação, torna-se possível manejar os sentimentos e ideias preconcebidas, comuns nesta situação.
Diante disso, nessa série de textos, apresentaremos informações sobre exames, procedimentos e tratamentos oncológicos, com o objetivo de cuidar do impacto psicológico diante daquilo que é desconhecido e contribuir para a atribuição de novos significados e conhecimentos acerca de ideias prejudiciais que podemos ter sobre estes assuntos.
